Atendendo ao contexto de mudança acelerado , às tendências do futuro do trabalho e ao desafio de nos mantermos “empregáveis” mais do que empregados, é obrigatório analisar e gerir as nossas carreiras. Contudo, há casos ou situações em que se recomenda que esse exercício se faça com a maior brevidade possível sob pena de quando decidir avançar, os níveis de urgência e por vezes de ansiedade estejam demasiado elevados, provocando bloqueios na capacidade de progresso que é tão desejada.
Assim, há que estar atento a quatro sinais concretos que poderão surgir de forma isolada ou em simultâneo:
1. Desmotivação / desconexão em relação ao contexto organizacional onde se encontra inserido, ou/e em relação à própria atividade que desenvolve:
a. A desconexão em relação ao contexto laboral surge muitas vezes como um reflexo de ausência de reconhecimento externo para com o seu esforço, qualidade e impacto do trabalho produzido, gerando uma perceção de desequilíbrio acentuado. Pode também prender-se com a dificuldade em identificar a relevância que o trabalho que desenvolve pode ter para os outros, para a sua Organização ou inclusive para clientes;
b. A desmotivação associada à realização da atividade atual, pode ter origem na ausência de desafio, tendo já sido altamente estimulante no passado. Simplesmente, a repetição da mesma fez com que se estabelecesse uma zona de conforto, sem estímulos novos e frequentes, o que acaba por levar ao tédio e gerar stress. Esta situação é agravada pela perceção de ter recursos sobaproveitados.
Se este é o sinal que sente, está na altura de parar e aplicar as três questões fundamentais relativas à gestão da sua carreira dentro da organização onde se encontra (veja quais são as questões aqui).
2. O seu autoconhecimento crescente, fá-lo distanciar-se cada vez mais da pessoa que tem sido até aqui.
Dá por si a refletir no seu percurso “muito certinho”, ou “by the book” como tantas vezes ouço, porque era o que alguém próximo e de referência esperava de si e, lhe dizia que era o certo e o seguro. Olhando para trás depara-se com o défice de vivências e experiências diferentes e começa cada vez mais a sentir o apelo desses novos caminhos. Contudo, se lhe perguntarem o que quer ou o que se vê a fazer, é capaz de dizer que gosta de imensas coisas, mas incapaz de identificar hipóteses viáveis de exploração.
Se este é o seu caso, está mesmo na altura de ponderar um acompanhamento de Career Redesign (Contacto) alargar a sua rede de networking, propor-se a experiências nunca antes tidas ou a fazer uma longa viagem, sozinho. Enfim, o que lhe faça mais sentido. Mas não ignore os sinais, viva a sua vida e encontra a sua versão 2.0.
3. Descobriu que afinal tem uma paixão ou uma atividade que o realiza e lhe enche as medidas. Algo que ainda não tinha descoberto!
Também lhe pode acontecer começar a olhar para aquele seu hobby em particular e com base no feedback de amigos e conhecidos ponderar torná-lo uma fonte de rendimento. O simples facto de se imaginar a realizar essa paixão ou atividade na maioria do seu tempo, cria-lhe um enorme entusiasmo e energia para agir, mas sente-se sem respostas concretas para a concretizar e, pior com uma enorme falta de tempo, pois o seu atual emprego não lhe deixa grande margem de manobra.
Sendo esta a sua situação… Parabéns!
Tem uma direção e isso é um excelente começo. O desafio é ser capaz de projetar e planear estratégias para a sua concretização. Foco e disciplina serão determinantes. Mas não chega, tem de avaliar a tração do mercado à sua proposta. Recomendo que trace o seu modelo de negócio pessoal atual e o modelo de negócio a que aspira e identifique que recursos já tem e o que precisa alavancar. Veja como realizar esse exercício aqui. Vai ver que ganha uma enorme clareza.
4. Sente-se “sugado” pelo negócio ou pelo emprego que você próprio criou e não percebe como pode sair desse estado.
Coloca até a hipótese de desistir de tudo, pois o nível de desgaste físico e mental, está a comprometer a sua continuidade e chega ao ponto de nem conseguir pensar no assunto.
Existem várias razões para que este sintoma possa surgir. O essencial é mapear o seu modelo de negócio atual (veja como aqui) e identificar os elementos nos quais sente dor ou dificuldades. Olhe para cada um e avalie que alternativas são viáveis para si. Peça-me ajuda ou em alternativa peça ajuda a um amigo ou a um colega com o qual sinta confiança, mas cuidado com as receitas rápidas para lhe possam dar. Simplesmente solicite que lhe faça as perguntas que para ele são óbvias, mas para si podem não ser.
Perante estes sinais, pode aplicar as estratégias que aqui lhe sugiro ou procurar outras. O importante é que esteja atento e atue em devido tempo. É melhor prevenir do que remediar. Muitas vezes o remédio alivia o sintoma, mas a causa permanece.
Citando dois provérbios populares:
Quem espera, desespera! e Não deixe para amanhã o que sabe que precisa fazer hoje!