Tenho uma grande diversidade de experiências profissionais e por causa disso, durante muito tempo, pensei que havia algo de errado comigo. Venho das Ciências, tenho um Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e cheguei a trabalhar nessa área por pouco tempo. Adorava o contacto com as pessoas, mas tinha más condições de trabalho e não me identifiquei com os interesses comerciais da minha função na área da saúde.

Foi então que  fiz a minha primeira mudança de carreira. Tive medo de estar a “atirar fora” os anos de curso. Além disso parecia-me uma loucura trabalhar agora numa área da qual não sabia rigorosamente nada. E se não corresse bem? E se não fosse capaz? Mas ainda assim arrisquei. Inicialmente senti-me literalmente “um peixe fora de água”. Queria aprender tudo de uma assentada só. Mas isso era uma missão impossível. Percebi que fazer bem ia levar o seu tempo. Nesta altura, assumi uma função de Business Manager numa empresa de consultoria de IT. Neste novo papel aprendi  a entrevistar pessoas, a gerir o cliente e a minha equipa. Gostava particularmente de contribuir para o desenvolvimento dos meus colaboradores e fazia por eles se sentirem felizes no seu trabalho. Já nessa altura, considerava que esse era um factor importante na carreira.

Fui passando por outras consultoras de IT e tornando-me especialista em Recrutamento. Estas mudanças de emprego foram rápidas. Ao início estava entusiasmada mas rapidamente se perdia o “encanto” e começava a ficar “zangada” com o contexto em que me encontrava. Queria mudar o contexto de trabalho para melhor e quando percebia que não ia acontecer, ia à procura de um novo emprego. Continuava a conhecer pessoas e a procurar o “match” entre as suas ambições e as oportunidades dos clientes em várias áreas de negócio. Eu gostava da função, mas já os contextos, deixavam muito a desejar…

A certa altura evoluí para a função de Talent Acquisition Manager. Pela primeira vez desempenhava uma função cujo foco era aquilo que eu mais gostava – o Engagement! Finalmente tinha aqui a oportunidade de trabalhar com os factores essenciais de satisfação dos colaboradores e que definiam a cultura organizacional. Conseguia assim ampliar o impacto do meu trabalho a uma escala maior. Mas não era suficiente…Queria outra função e não havia previsão de quando é que seria possível que isso acontecesse. Era como se estivesse numa sala de espera mas sem saber o número da senha que me tinha calhado…

Com esta experiência no tal projeto de Engagement, decidi ingressar na Pós-Graduação em Gestão Aplicada na Nova Business School, com a intenção de passar para uma função mais generalista em Recursos Humanos e assim aconteceu. Estava agora a fazer uma gestão mais intencional da minha própria carreira.

Entretanto ingressei num dos unicórnios portugueses e o desafio aumentou exponencialmente. Tive a possibilidade de  actuar sobre diversos temas como as carreiras, a performance, o engagement, a liderança e a formação. Foi durante esta experiência profissional que surgiu o primeiro contacto com o coaching, em 2018, quando participei de um workshop presencial do Marshall Goldsmith. Então, na primeira oportunidade que tive tirei a certificação de Executive Coach ainda sem saber muito bem onde esta primeira decisão me iria levar.

Nessa altura, dentro da Organização na qual trabalhava percebi que nem todas as pessoas que se movimentavam para novas funções, o faziam de forma consciente. Muitas decidiam por impulso ou em fuga. Tal como também já me tinha acontecido no passado. Foi por isso que comecei assim a dar coaching de carreira, internamente. Mas eu queria fazer mais e melhor. Foi nesta busca por mais conhecimento que encontrei a Lourdes Monteiro. Numa fase inicial deu-me mentoria para que eu pudesse ajudar de forma mais estruturada e impactante as pessoas que eu acompanhava na empresa e, depois, acabei eu a pedir-lhe um redesign profissional. É isso mesmo – decidi também eu pensar ainda mais profundamente no meu próximo passo e isso fez toda a diferença. Aprendi muito sobre quem sou e sobre o que gosto de fazer e sobre aquilo que eu de facto procurava na minha vida. Apercebi-me que a minha função se tinha transformado com o crescimento da organização e que aquilo que eu queria mesmo fazer era diferente do que era esperado e prioritário.

Depois de avaliar várias possibilidades, decidi trabalhar por conta própria – algo que sempre pensei que “não era para mim” – e continuar a aprofundar a minha formação na área do coaching.

Olhando hoje para trás, percebo que coloco as minhas competências e experiências ao serviço dos outros de uma forma diferente, mas a orientação ao impacto nas pessoas sempre foi a mesma. Tornar-me coach acabou por ser um culminar natural das minhas experiências anteriores. Eu encontrei maior realização e felicidade na minha mudança e por isso faz-me todo o sentido levar exatamente este impacto a mais pessoas.

Acredito que quando estamos bem no trabalho, nas outras áreas da vida também acontece o mesmo! Todos temos o poder da escolha e é através de “small great things” que nos vamos transformando e avançando no nosso caminho. Por isso mesmo juntei-me ao projecto Career Redesign® para apoiar os profissionais a encontrar o seu caminho de forma consciente e intencional.

Qualificações

Tenho o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e sou Pós Graduada em Gestão Aplicada pela Nova School of Business & Economics. Tenho o Professional Certificate in Executive Coaching  pela Henley Business School, em alinhamento com a International Coaching Federation (ICF). Sou Certified Team & Executive Coach pelo Marshall Goldsmith Stakeholder Centered Coaching e tenho uma certificação em Inteligência Emocional pelo Paulo Moreira.